A égide da verdade

No início do século 20, quando a Doutrina Espírita contava pouco mais de meio século, vários pioneiros enfrentaram preconceitos e retaliações, lutando contra a intolerância religiosa para consolidar o Espiritismo no Brasil. Entre estes desbravadores está Cairbar Schutel.

Esta obra é uma compilação de três livros: "Espiritismo e Protestantismo", "O Diabo e a Igreja" e "Cartas a esmo". O que eles têm em comum? Relatam casos de polêmicas religiosas travados por meio da imprensa, quando Schutel, desafiado por divulgar o ideal espírita, humildemente se coloca como defensor da verdade, do conhecimento embasado, do estudo e da lógica, respondendo às críticas de seus opositores com a elegância e a firmeza que lhe eram peculiares.

No Rio de Janeiro praticou em diversas farmácias e aos 17 anos se transferiu para o Estado de São Paulo, exercendo sua profissão nas cidades de Piracicaba, Araraquara e em Matão a partir do ano de 1896. Em Matão é que sua vida começaria a ter uma nova visão. Foi nesta cidade que lavrou suas grandes obras e deixou registrada a sua história.

Em 1904 toma contato com o Espiritismo, e, a partir daí, foram 34 anos como espírita convicto (1904 a 1938), onde ao mesmo tempo em que se dedicava à divulgação do Espiritismo exercitava a prática da caridade. Fundou o Centro Espírita “Amantes da Pobreza” (atualmente Centro Espírita O Clarim) em 15 de julho em 1905, um mês depois o jornal O Clarim e em fevereiro de 1925 a Revista Internacional de Espiritismo. Escreveu 16 obras doutrinárias, entre elas os clássicos Parábolas e Ensinos de Jesus, Vida e Atos dos Apóstolos e O Espírito do Cristianismo.